VEM VER O ALENTEJO
Vem Ver o Alentejo , é Primavera!
Já cantam as andorinhas nos beirais.
Vem ver o renascer de uma quimera...
é Abril, é um sonho todo verde!...
O trigo é tradição que não se perde,
é mar de espigas, é pão à tua espera...
Vem ver o Alentejo! Vem agora!
O Alentejo é lindo nesta hora;
depois muda de cor, torna-se agreste.
O Alentejo é como este seu povo
tem uma vez no ano um fato novo.
É sempre nesta altura que ele se veste.
Veste-se de branco, agora a oliveira.
De verde aos folhos, o trajo da figueira,
está quase pronto e vai cobrir os filhos.
A azinheira, rude, tosca, lenta,
também muda de cor e se ornamenta
com o seu novo xaile de cadilhos.
Vem ver o Alentejo perfumado;
os favais em flor, o alecrim,
o rosmaninho, a urze, os malmequeres.
Vem respirar ar puro e embriagado,
verás que o perfume em qualquer lado
é mais do que o de todas as mulheres.
Vem ver, nem que seja uma só vez.
Repara, o mês de Abril é que é o mês.
A gente é sempre boa, sempre franca.
Não venhas no Verão, é só calor,
e sangue, liquefeito em suor,
tal como o cantou Florbela Espanca.
in « A malhar em ferro quente»
Romão Moita Mariano
sábado, 21 de março de 2009
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Bela homenagem :-)
ResponderEliminarMais uma vez me rendo à calma e doce poesia desse grande Poeta...
ResponderEliminarEstou ansiosa por conhecer todos os seus poemas...
ó Alentejo florido, das minhas primaveras juvenis,alentejo das vermelhas papoilas misturadas no trigo,das esplêndidas madrugadas, dos sôns inconfundíveis dos chocalhos dos rebanhos de ovelhas,que passavam, do céu azul sem par, da cores da terra despida...
ResponderEliminarminha alma está tão triste, por estar de ti afastada.